data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Há um ano enfrentando duras penas em função das medidas restritivas devido à pandemia, entidades representativas do setor empresarial de Santa Maria fazem fortes críticas em relação à decisão do governo do Estado em suspender a cogestão e classificar todas as regiões com bandeira preta no modelo de Distanciamento Controlado.
O presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços (Cacism) de Santa Maria, Luiz Fernando Pacheco, diz que as restrições chegaram a um nível "insustentável".
- Os relatos que chegam para nós são muitos sérios e de pessoas desesperadas. A situação está chegando a um limite insustentável e, se alguma coisa não for feita em defesa das empresas e dos empregos, muito em breve, talvez tenhamos que tomar medidas mais drásticas para acordar uma maioria que, talvez, hoje esteja silenciosa - sustenta Pacheco.
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O dirigente relata a preocupação com as severas medidas restritivas que estão sendo adotadas há um ano na cidade e que, mesmo assim, os índices da pandemia não baixam.
- Faz um ano que tu tratas um doente com certo tipo de remédio e, depois desse ano, a gente piorou e nunca estivemos tão ruins. Acho que devemos repensar o remédio que está sendo dado. Temos duas situações muito graves. Uma é a doença e a outra é a questão das medidas que estão gerando essa crise e que, sinceramente, não vejo efeito - finaliza.
Para a presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Maria, Marli Rigo, o governador Eduardo Leite (PSDB) está sendo inflexível nas regras do modelo de Distanciamento Controlado.
- Sabemos da gravidade da situação e sabemos que existe um grande número de pessoas nos hospitais. Mas, também, estamos preocupados com a saúde das empresas. É muito preocupante que o governador tirou a cogestão e, consequentemente, a autonomia do prefeito. Nós, empresários, agora, não temos a quem recorrer - relata.
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CONSTRUÇÃO
Pelo decreto, a construção civil poderá atuar com teto de ocupação de 75% de funcionários. Para o presidente do Sindicato da Construção Civil de Santa Maria (Sinduscon), Samir Samara, o impacto da medida será negativa para o setor. Ele argumenta que não é na construção civil que se dá o contágio, já que o trabalho ocorre, majoritariamente, em ambientes abertos. A restrição pode gerar mais custos e atrasos de cronogramas.
- Um dos principais prejuízos vai ser no número de empregos, isso vai acarretar mais para a frente. As empresas não vão suportar, todas estão sofrendo com os impactos - relata.
*Colaborou Felipe Backes